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Por Que É Tão Difícil Se Conectar com Algumas Pessoas?

Foto do escritor: Álvaro VictorÁlvaro Victor

Você já notou como é fácil se conectar com algumas pessoas? E como é difícil se aproximar de outras? Penso que muitas vezes isso tá em nós mesmos. Às vezes, sem perceber, nos bloqueamos. É como se construíssemos uma barreira invisível, talvez por medo de sermos julgados, rejeitados ou, quem sabe, machucados de novo.


E quando falo de machucados, não tô falando de sermos terrivelmente magoados, sabe? Falo daquelas chateações simples que, mesmo pequenas, ainda mexem com a gente. Uma conversa que não saiu como esperávamos, um olhar que pareceu meio estranho, um comentário que ficou martelando na cabeça. Às vezes, é tudo coisa boba, mas a gente guarda, vai acumulando, e aí pronto: mais uma barreirinha levantada sem nem perceber.


Hoje tive uma aula na igreja que frequento, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Atualmente, participo do Instituto de Religião, um espaço onde membros e amigos da Igreja se reúnem para estudar as escrituras, aprofundar o entendimento sobre o evangelho e fortalecer a fé. Geralmente, o ambiente é muito acolhedor, repleto de pessoas que compartilham valores e crenças semelhantes. Mas, mesmo conhecendo quase todo mundo que estava lá, dessa vez, simplesmente não me senti à vontade.


Não foi nada grave. Era só aquela sensação de desconexão, como se tudo fosse forçado. Mas, pensando bem, vejo que também não me esforço tanto. A verdade é que o mundo não gira ao nosso redor, sinto muito dizer. Não é só o outro que deve se esforçar para interagir conosco – nós também temos que nos abrir.


No início desse ano, quando me mudei para a Zona Sul de São Paulo (antes, eu morava na Zona Leste), comecei a frequentar outra ala. Para quem não sabe, na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma "ala" é como chamamos as congregações locais. Cada ala funciona de forma parecida com uma comunidade ou paróquia em outras religiões.


As alas são organizadas geograficamente, ou seja, cada pessoa frequenta a ala que corresponde ao local onde mora. Essas alas fazem parte de uma "estaca", uma organização maior que reúne várias alas próximas sob a mesma liderança eclesiástica. A ideia é que cada ala tenha um tamanho que permita que os membros se conheçam, sirvam uns aos outros e cresçam espiritualmente como uma grande família.


Quando cheguei à minha nova ala na Zona Sul, confesso que não me esforcei muito para interagir com as pessoas. Julguei de antemão que não me daria bem com ninguém. E, claro, esse pensamento acabou me afastando de verdade.


Até que, em abril, algo inesperado aconteceu: alguns jovens e um casal muito querido da ala apareceram na minha casa com um bolo belíssimo pra me parabenizar pelo meu aniversário. Aquilo quebrou a minha armadura. Quer dizer, uma parte dela, pelo menos! (risos) Foi um gesto tão simples, mas tão significativo, que me mostrou o quanto eu estava errado em me fechar daquela forma.


Mas aqui estou eu, meses depois, percebendo que voltei a me revestir dessa mesma armadura. Agora estou em outro ambiente: minha antiga ala, de quatro anos atrás, a ala da minha família materna, no Nordeste. Mesmo aqui, onde tudo deveria ser mais familiar, ainda sinto essa barreira.


E isso me fez pensar no exemplo perfeito de conexão e esforço: o Salvador, Jesus Cristo. Ele, sendo quem é – o Filho de Deus –, nunca esperou que as pessoas viessem até Ele primeiro. Jesus sempre deu o primeiro passo. Ele se aproximava dos excluídos, ouvia quem ninguém queria ouvir, estendia a mão para aqueles que mais precisavam. Ele saía de sua zona de conforto para criar conexões e mostrar amor incondicional.


Jesus não precisava interagir com ninguém para reafirmar quem Ele era, mas mesmo assim, Ele escolhia ir ao encontro das pessoas. Ele as via como eram, sem julgamentos, e as amava de qualquer forma. Esse é o exemplo que quero seguir: não esperar que as pessoas venham até mim, mas estar disposto a ir até elas, com amor e humildade.

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Blogueiro

Álvaro Victor ou Alv, autor do blog, uma pessoa com deficiência auditiva e criador de conteúdos.

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Atualmente graduando em Design Gráfico, já cursou 04 períodos de Design de Interiores em São Paulo e Pré-graduando em Arquitetura e Urbanismo.

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Filho de Maceió - AL e cria de Catende, Região Mata-Sul de PE. Viveu 22 anos no nordeste.

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