Aos 7 anos, fui apresentado ao mundo de Hogwarts pela primeira vez. Naquela época, minha família estava passando por mudanças significativas. Minha mãe havia conquistado um novo emprego como professora em uma escola particular, o que representava um marco para nós, pois estávamos saindo de uma situação difícil. A chegada de um aparelho de DVD em casa foi um passo em direção a uma vida mais confortável, e entre os boxes de DVDs que meu pai trouxe, estava uma quadrilogia que viria a se tornar especial: Harry Potter - A Pedra Filosofal, A Câmara Secreta, O Prisioneiro de Azkaban e O Cálice de Fogo.

Naquela fase, eu era muito novo e ainda estava aprendendo a ouvir usando próteses auditivas. Assistir aos filmes de Harry Potter era uma experiência mágica, embora eu não compreendesse completamente o enredo. As palavras eram confusas para mim naquela época, mas o mundo visual da magia e aventura prendia minha atenção, tornando-se um refúgio em meio à confusão que vivíamos.
Aos 10 anos, enfrentei um período difícil quando meus pais começaram a passar por uma separação. Minha mãe decidiu voltar para sua cidade natal, no interior de Pernambuco. Coincidentemente, pouco depois de completar 11 anos e ter feito minha carteirinha na Biblioteca Municipal de Catende – PE, recebi a carta que mudaria minha vida: Harry Potter e a Pedra Filosofal. Encantei-me com a leitura e descobri que, por meio das páginas, podia escapar da realidade e encontrar a magia que me ajudou a enfrentar a depressão precoce, uma fase que foi real e desafiadora, mas nunca menos válida.
Descobrir a magia de Hogwarts foi uma experiência transformadora. Vi-me imerso em um universo de feitiços, duelos, partidas de quadribol, coragem e amizades duradouras. Os personagens e professores da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts tornaram-se uma fonte de inspiração. O mundo de Harry Potter abriu novos caminhos para minha imaginação e despertou interesses que moldaram meu futuro de maneira brilhante.
Comments