Esses dias, entre uma pausa e outra da vida, me peguei assistindo (e reassistindo) alguns filmes de super-heróis. Eu sempre gostei desse universo, mas, de uns tempos pra cá, comecei a enxergar tudo com um olhar diferente. Talvez porque eu tenha mudado, crescido, amadurecido... Ou talvez porque certas histórias sempre tenham estado aqui, esperando o momento certo pra fazer sentido de um jeito mais profundo.
Enquanto assistia, percebi que esses heróis que marcaram minha infância não eram só personagens legais com uniformes estilosos e superpoderes incríveis. Eles carregam mensagens que vão além da ação e dos efeitos especiais – falam sobre quem somos, nossas lutas, nossos medos, nossos sonhos. E, como todo humano complexo que sou, me peguei refletindo sobre como alguns desses personagens me representam mais do que eu imaginava.
O primeiro herói que ganhou meu coração
Eu gosto de vários heróis da DC, como Lanterna Verde, Batman e The Flash, mas nenhum deles conseguiu me marcar tanto quanto o Homem-Aranha. Desde pequeno, ele já era o meu favorito, ainda na época em que foi interpretado por Tobey Maguire, no primeiro filme da trilogia de Sam Raimi.
Naquela época, eu ainda estava começando a usar aparelhos auditivos e, pra ser sincero, nem entendia direito os diálogos do filme. Mas eu não precisava entender todas as palavras – de alguma forma, eu já sentia que aquele herói tinha algo especial.
O Peter Parker de todos os universos tem algo em comum: ele começa como uma pessoa normal, vivendo uma vida normal, até que algo extraordinário acontece. Ele não nasceu forte, não nasceu com privilégios, não era o cara mais popular. Pelo contrário, era um jovem comum, com sonhos, inseguranças e problemas como qualquer um de nós.
Mas quando a vida testou Peter, ele seguiu em frente. Ele perdeu, caiu, errou – mas nunca deixou de tentar. Essa luta entre a inocência da juventude e as dificuldades da vida adulta sempre me fez sentir uma conexão muito forte com ele.
O herói que me fez sentir representado de um jeito inesperado
Agora, falando sobre o Capitão América, ele também era um rapaz comum, mas com uma força de vontade gigantesca, apesar de suas limitações. O que sempre me chamou atenção em Steve Rogers foi que ele não nasceu forte, nem poderoso. Ele era um jovem franzino do Brooklyn, rejeitado pelo exército e considerado fraco. No entanto, sua determinação fez com que ele fosse escolhido para o experimento que o transformou no supersoldado que conhecemos.
E por que isso me marcou tanto? Porque o Capitão América foi o primeiro herói magro que vi na vida. E não apenas magro, mas tão magro que parecia desnutrido. Para quem não sabe, eu luto há anos contra um IMC muito abaixo do normal. Ou seja, sou tão magro quanto o Steve Rogers antes do soro do supersoldado. Quando assisti ao primeiro filme, dirigido por Joe Johnston, e vi o Chris Evans interpretando aquele Steve frágil, mas com um coração inabalável, senti que eu podia estar naquele lugar também.
O que fez do Capitão América um herói não foi o soro do supersoldado. Foi a determinação. A capacidade de continuar tentando, mesmo quando ninguém acreditava nele. A insistência em ser honesto, justo e leal aos seus princípios, mesmo quando isso custava caro. Isso me pegou de jeito.
E, no fundo, acho que é isso que mais admiro nesses dois personagens. Eles me ensinaram que ser herói não é ter superpoderes, mas sim continuar sendo quem você é, apesar das dificuldades. Sempre sonhei em ter algo milagroso que me transformasse, me desse um propósito maior. Mas, de certa forma, o Peter e o Steve me fizeram perceber que o propósito não está no que acontece com a gente, mas no que escolhemos fazer com isso.
Agora quero saber de vocês: quais são os heróis que marcaram a sua vida? Tem algum personagem que te representa ou te fez enxergar as coisas de um jeito diferente? Me conta aqui nos comentários – e, se ainda não assistiu os filmes do Homem-Aranha e do Capitão América, já tá na hora de corrigir isso!
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